Uma emergência médica no consultório
odontológico pode ser um evento inesperado. Emergências podem incluir
estimulação do sistema nervoso central, perda de consciência, distúrbios
respiratórios e circulatórios, reações alérgicas, entre outras. A seguir,
iremos citar alguns exemplos de emergências que podem acontecer durante o
tratamento odontológico e o que pode ser feito para identificá-las e
controlá-las.
Angina
Resultada de uma inadequação moderada da
circulação coronariana. A angina é definida como uma dor torácica
característica, geralmente subesternal, precipitada principalmente por
exercícios físicos, forte emoção ou uma refeição pesada. Pode ser aliviada com
remédios vasodilatadores e alguns minutos de descanso.
Fatores precipitantes: atividade física,
ambiente quente e úmido, grandes refeições, estresse emocional, ingestão de
cafeína ou nicotina, anemia, altitude elevada.
Sintomas: dor repentina no peito descrita
como uma sensação de queimação, pressão, sensação de sufocamento, aperto. Pode
haver irradiação da dor para o ombro e braço esquerdos.
Prevenção: é importante sempre fazer o
questionário de histórico médico para descobrir se o paciente já sentiu dores
no peito, falta de ar ou se há histórico de problemas no coração, pressão alta
e derrame na família. É aconselhável também questionar sobre problemas na
tireoide, diabetes, cirurgias passadas e se o paciente toma algum medicamento.
Consideração odontológica: caso esse cenário
aconteça em seu consultório, evite estressar o paciente. É recomendável
utilizar oxigênio suplementar nasal e controlar a dor durante o tratamento,
fazendo o uso de anestesia local de máximo efeito. A administração de
vasodepressores deve ser minimizada em pacientes de alto risco e é importante
fazer o monitoramento dos sinais vitais.
Controle: Após a identificação do problema, o
tratamento deverá ser parado. É importante também avisar a equipe e colocar o
paciente em uma posição ereta confortável. Se o paciente tiver histórico de
angina, vasodilatadores e oxigênio podem ser administrados e a pastilha de
nitroglicerina sublingual pode ajudar também. Se o paciente não possuir
histórico de angina, é recomendado ativar o serviço médico de emergência e
monitorar o oxigênio.
Diabetes Mellitus
É um grupo de doenças que resultam em um alto
nível de açúcar no sangue. Pode ser dividida em dois tipos: 1 e 2.
Fatores precipitantes: Tipo I – fatores
genéticos, autoimunes ou alguns tipos de vírus. Tipo II – Fatores genéticos,
secreção de insulina, resistência à insulina, obesidade, hormônios derivados de
adipócitos e citocinas.
Sintomas: no primeiro estágio – diminuição da
função cerebral, mudança de humor, fome e náusea. Em um estágio mais severo –
sudorese, taquicardia, ansiedade, mudança comportamental e nervosismo.
Prevenção: é de grande importância fazer o
questionário de histórico médico, dialogar e fazer um exame físico.
Consideração odontológica: é importante
conversar com o paciente para ter certeza de que ele se alimentou corretamente
no dia e de que sua glicose foi medida.
Controle: depois que o problema for
identificado, o tratamento deverá ser parado e a equipe de emergência, avisada.
É recomendável colocar o paciente deitado em posição supina com as pernas
elevadas. O SBV (Suporte Básico de Vida) deverá ser performado, se necessário,
assim como o acionamento do Serviço de Emergência Médica.
Asma
Condição em que as vias aéreas de uma pessoa
ficam inflamadas, estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra,
dificultando a respiração.
Fatores precipitantes: os fatores podem estar
no ar, como poeira, penas, pelo animal ou pólen; na alimentação ou medicação,
por exemplo, em leite, ovo, chocolate, tomate, aspirina, entre outros. Cerca de
50% das crianças asmáticas se tornam assintomáticas antes de chegar na fase
adulta.
Sintomas: sensação de congestão no peito,
tosse sem secreção, dispnéia, batimento cardíaco acelerado, aumento da
ansiedade e apreensão, chiado na respiração e vontade do paciente de sentar ou
ficar de pé.
Prevenção: nesse caso, a consulta do
histórico médico sobre doenças de pulmão alergias a medicamentos, comida ou
látex é importante. Se houver caso de asma, informações sobre os episódios como
idade, duração da crise, o que iniciou e como foi controlada são importantes de
serem colhidas.
Consideração odontológica: o protocolo de redução
de estresse deve ser seguido. Não é recomendada a utilização de barbitúricos ou
opióides, pois eles aumentam o risco de broncoespasmo. É importante tomar um
cuidado especial ao receitar analgésicos e evitar alguns anestésicos
inalatórios, como o éter, pois irritam a mucosa respiratória.
Controle: após o problema ser identificado, o
tratamento deve ser parado. É recomendável posicionar o paciente sentado com
postura ereta e braços relaxados para frente e gerenciar o oxigênio. Quando o
paciente estiver totalmente melhor, o tratamento poderá seguir.
Precauções
Devido a sua educação acadêmica, clínica e
contínua, dentistas estão familiarizados com a prevenção, diagnóstico e
gerenciamento de emergências comuns. Além disso, é sempre importante fornecer
um treinamento adequado aos seus funcionários para que cada pessoa saiba o que
fazer e atuar prontamente.
Como essas habilidades não são usadas todos
os dias, é necessária uma revisão periódica: pelo menos anualmente, com mais
frequência. A realização de emergências simuladas pode ajudar os funcionários
do consultório a ter mais confiança em seus papéis para quando ocorrer uma
emergência real. Como resultado, toda a equipe estará preparada para
reconhecer, responder e gerenciar efetivamente uma emergência médica.
Esses são só alguns exemplos das várias
situações de emergência que podem ocorrer dentro do consultório odontológico.
Para mais exemplos e informações, confira o livro SOS Odonto Emergências
Médicas, disponível em nosso site, e esteja sempre preparado para qualquer
emergência.
Fonte: Blog Dental Cremer. Disponível em: http://blog.dentalcremer.com.br/emergencias-medicas/. Acesso
em: 06/06/2018.
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