A saúde bucal da gestante e o atendimento
odontológico às pacientes grávidas é um assunto controverso. Principalmente em
função dos mitos que existem em torno deste assunto. Uma das causas é que
alguns dentistas não têm conhecimentos suficientes sobre o assunto, fazendo com
que as gestantes não se sintam seguras ao realizar os procedimentos.
Mas é necessário que desmistifiquemos esses
atendimentos. Afinal, gravidez não é uma contraindicação para o tratamento
odontológico, e, sim, um atenuante para que ele exista.
Durante a gestação, há um aumento da
prevalência de diversas doenças orais, o que pode acarretar em problemas
futuros para a mãe e bebê. Acompanhe este post e descubra os mitos e as
verdades sobre a saúde bucal da gestante!
Saúde bucal da gestante
Durante a gestação, as mulheres aumentam o
cuidado com a saúde, e algumas vezes negligenciam a saúde bucal. Entretanto, as
visitas ao dentista são importantes para prevenir e tratar problemas que podem
afetar o bebê.
A gengivite gravídica, como é conhecida,
acontece com frequência durante a gestação. Mas, na verdade, essa doença não é
uma consequência direta da gravidez.
Esse período só aumenta os sinais de
inflamação já existentes, e essa paciente se torna mais susceptível à
infecções. Principalmente devido às diversas alterações hormonais, podendo
ocorrer disseminação das patologias orais mais facilmente.
Um dos sintomas desta condição é a
periodontite, inflamação ao redor dos dentes. Esse processo pode liberar, na
corrente sanguínea, toxinas que são capazes de alcançar a placenta e estimular
a produção de substâncias que induzem a contração uterina, levando ao parto
prematuro.
Grávida pode tomar anestesia?
Um estudo recente publicado em uma edição
recente do The Journal of the American Dental Association, e divulgado pela
Colgate, afirma que as gestantes podem se submeter a tratamentos odontológicos.
Esses procedimentos podem ser realizados com
segurança e a gestante pode receber anestésicos tópicos e locais da 13ª à 21ª
semana de gestação. O estudo é um grande avanço da odontologia e mostra
claramente os avanços em prol da saúde bucal da gestante.
Um alerta: é importante que o cirurgião
dentista conheça as soluções anestésicas disponíveis no mercado, informando-se
dos avanços científicos e tecnológicos, e tendo sempre em mente que está
tratando de dois pacientes: mãe e feto.
Lembre-se: na maior parte dos casos,
radiografias, anestésicos dentais, medicação contra a dor e antibióticos
(especialmente a tetraciclina) não são receitados durante o primeiro trimestre
da gravidez, a não ser que sejam absolutamente necessários, e cercados dos
cuidados necessários.
A maioria dos fármacos, incluindo os
anestésicos locais, consegue atravessar a barreira placentária e atingir o
feto. E a benzocaína e tetracaína devem ser evitadas, uma vez que esses
medicamentos têm a capacidade de diminuir a circulação placentária e trazer
riscos ao bebê.
Caso a paciente precise realizar algum
procedimento de emergência, é aconselhável que o dentista entre em contato com
o médico da gestante antes de iniciar o tratamento.
Gestantes podem fazer clareamento?
Sim, a gestante pode fazer clareamento.
Inclusive, a maioria das técnicas de clareamento dentário disponíveis podem ser
empregadas em mulheres grávidas.
Porém, se esse procedimento for puramente
estético, e sua paciente estiver disposta a esperar alguns meses, essa pode ser
a melhor alternativa.
Algumas pequenas alterações na rotina da
saúde bucal da gestante já podem trazer benefícios. Sugira que sua paciente
evite consumo de refrigerantes de cola, café e chás pretos. Além disso
oriente-a a escovar sempre os dentes após cada refeição, fazer bochechos e usar
fio dental diariamente.
Mitos sobre a saúde bucal da gestante
Gestantes não podem usar antisséptico bucal!
Esse na verdade é um mito que tem um fundo de verdade. Os antissépticos são
produtos químicos que devem sempre ser utilizados com a supervisão do dentista.
Durante a gestação deve-se evitar a
utilização dos antissépticos, a não ser em casos específicos. Muitos
enxaguantes bucais possuem álcool em sua formulação, e isto pode provocar o
ressecamento da mucosa oral.
E ainda devemos ficar atentos ao antisséptico
que contém anestésicos em sua formulação, que, se ingeridos, podem ser
absorvidos pela placenta.
Problemas comuns à gestante
Existem alguns problemas que são comuns em
mulheres grávidas. Para combatê-los e auxiliar na saúde bucal da gestante, alguns
cuidados devem ser tomados.
Você pode orientar as futuras mamães em suas
primeiras consultas. Essas dicas irão aumentar a qualidade da saúde bucal da
gestante e evitar problemas mais sérios.
Durante a gravidez, os dentes e as gengivas
precisam de cuidados especiais. Oriente suas pacientes para que elas façam a
escovação duas vezes por dia, e utilizem do fio dental uma vez por dia.
Os enjoos matinais são sintomas comuns
durante a gravidez. Essas náuseas costumam alterar a acidez da boca, causando a
erosão dos dentes. Indique que sua paciente faça o enxágue da boca com água ou
fluoreto para manter os níveis ácidos sob controle.
Outro sintoma bastante associado à gravidez é
a boca seca. Essa ocorrência aumenta os riscos de problemas como cárie nos
dentes e infecções. Indique que sua paciente beba quantidades abundantes de
água para permanecer hidratada e mastigue chiclete sem açúcar para aumentar a
produção de saliva.
A saúde bucal da gestante e o atendimento
odontológico às pacientes grávidas é um tema que pode trazer muitas dúvidas.
Mas, informando-se, você com certeza irá tirar isso de letra. Quer saber mais
sobre esse assunto? Leia sobre a gestante e os cuidados requeridos em uma
consulta odontológica!
Fonte: Editora Plena. Disponível em: https://editoraplena.com.br/noticia/2229/saude-bucal-da-gestante-por-que-e-importante-fazer-o-acompanhamento.html.
Acesso em: 06/06/2018.
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