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Delineadores Odontológicos



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O que é Delineador Odontológico?
Os delineadores odontológicos ou paralelômetros são essenciais para o diagnóstico e o planejamento eficaz das próteses parciais removíveis. São instrumentos de alta precisão usados para determinar o paralelismo entre faces axiais dos dentes além de proporcionar a localização de áreas retentivas para colocação das pontas ativas dos grampos de retenção.
Seu uso é tão fundamental que não se pode prescindir dele, tanto no estudo quanto na execução dos aparelhos de retenção a grampos e nos de retenção por encaixes.
O que é delinear?
Delinear é o procedimento utilizado para estudar o paralelismo ou a sua falta entre as superfícies dentais, os dentes entre si e os dentes ao rebordo ósseo a ser utilizado como suporte.
Qual a importância de delinear?
Cada dente possui anatomia característica com diferentes graus de convexidades entre suas faces, tornando-as não paralelas entre si, assim como a implantação dos dentes no arco não são paralelas.
Só através do delineamento do modelo é que podemos saber as áreas onde tem retenção (para posicionarmos os grampos) e áreas que necessitam ser modificadas (preparos) para gerar uma melhor adaptação das estruturas rígidas da prótese parcial removível (PPR).
Objetivo
O principal objetivo do delineamento é identificar as modificações de estrutura bucais necessárias para a confecção de uma PPR que terá um prognóstico bem sucedido.
Essa modificação na superfície dos dentes facilita o prognóstico através da acomodação de partes componentes da prótese em uma posição considerada ideal aos dentes pilares.
Partes constituintes do delineador
1-           Plataforma ou base;
2-           Braço / haste vertical fixa que suporta a superestrutura;
3-           Haste cursora haste vertical móvel;
4-           Braço / haste horizontal do qual se suspendem as pontas de delineamento;
5-           Mesa analisadora ou porta-modelas à qual se prende o modelo;
6-           Base em que a mesa gira;
7-           Mandril para segurar pontas acessórias;
8-           Pontas acessórias para realizar ou para marcar linhas-guia: facas / cinzéis de corte (para extremidade e lateral, para reduções do preparo de planos guia, reduções nos padrões de cera de coroas, recorte de cera nas regiões de alívio do modelo de trabalho), ponta analisadora (usada para analisar o paralelismo relativo das superfícies dos dentes suportes),porta grafites (usado para reter e proteger o grafite da possibilidade de quebra durante o traçado das linhas equatoriais), pontas calibradoras (0,25 – 0,50 – 0,75mm usadas para determinar a quantidade de retenção para cada grampo da PPR).
Finalidades do delineador
É possível utilizar o delineador para delinear o modelo de diagnóstico, contornar os dentes pilares no modelo de diagnóstico, recortar os padrões de cera, delinear as coroas metalocerâmicas tipo Venner fresadas, posicionar retentores intracoronários, retificar as restaurações metálicas fundidas, delinear o modelo de trabalho, entre outros.
1 - Determinar o eixo de inserção e registrar o plano de inserção;
2 - Preparo do modelo para diagnóstico (plano-guia, adequação de linhas equatoriais, preparo dos suportes para peças unitárias e próteses fixas);
3 - Traçar linhas equatoriais;
4 - Preparo dos planos-guia e adequação do contorno axial das coroas de ceroplastia de peças unitárias ou próteses parciais fixas (PPF) destinadas à receber grampos de PPR;
5 - Construção de encaixes das partes fêmeas dos encaixes pré-fabricados ou de estoque ao retentor unitário ou elementos da prótese parcial fixa;
6 - Fresagens de peças protéticas;
7 - Recortar o excesso dos alívios de cera do modelo de trabalho, correspondentes aos chamados ângulos mortos;
8 -   Construção de matrizes-guia para orientar a colocação paralela dos implantes;
9 - Para auxiliar o profissional no preparo dos suportes para prótese parcial fixa, diretamente na boca afim de assegurar melhor o paralelismo.
Plano de inserção e via de inserção
A concepção do delineador enquadra-se no princípio da física, segundo o qual todas as perpendiculares a um mesmo plano são paralelas entre si.
Embora a PPR seja composta de partes diferentes, na prática constitui-se de um monobloco caracteristicamente rígido, que não deve sofrer nenhum tipo de flexão, tanto no ato da sua inserção como na sua retirada da arcada dentária. Somente a chamada “ponta ativa” do braço de retenção do grampo se permite uma pequena deformação elástica, durante a inserção e retirada da prótese. Os demais componentes não devem sofrer qualquer tipo de deformação.
Devem descrever, no momento de deformação da prótese, trajetórias paralelas entre si, até o assentamento final dos grampos sobre os dentes suportes.
A natural convexidade das superfícies axiais dos dentes remanescentes, somada ao seu grau de inclinação na arcada, configuram uma situação de franca divergência entre as superfícies dos suportes, o que fatalmente redundará em áreas de interferência ao livre assentamento da prótese.
É possível estudar sobre esse modelo de gesso a viabilidade de execução de reduções nas superfícies divergentes, de maneira a estabelecer entre elas uma situação de paralelismo em grau aceitável à construção do aparelho parcial removível. Essas reduções serão posteriormente efetuadas sobre os dentes superiores.
A via de inserção, eixo de inserção ou trajetória de inserção pode ser definida como o percurso realizado pelo aparelho parcial removível desde o momento do seu contato inicial com os dentes suportes até o seu assentamento final na arcada. É uma direção única, tanto para a inserção do aparelho como para a sua retirada.
Determinação do eixo de inserção
Existem três técnicas para a realização deste trabalho:
1-           De Roach, ou dos 3 pontos
2-           De Roth, ou das bissetrizes
3-           Da conveniência
A técnica idealizada por ROACH parte do registro prioritário do plano de inserção sobre as superfícies oclusais dos dentes suportes para a posterior verificação da via de inserção. As duas outras são orientadas no sentido inverso, ou seja, partem da determinação da via de inserção para o registro do plano de inserção.
TÉCNICA DE ROACH – 3 PONTOS:
Deve-se marcar sobre o modelo 03 pontos, que formem entre si um triângulo, aproximadamente equilátero. Dois pontos são marcados na região posterior do modelo e o terceiro na região anterior, de acordo com a seguinte orientação: as marcas posteriores são determinadas na crista marginal mesial dos suportes distais. A terceira marca deverá ser assinalada na linha mediana, entre os incisivos centrais.
Na ausência dos dentes que deveriam receber estas marcas, em geral, adota-se o seguinte procedimento: coloca-se um rolete de cera no lugar do dente ausente e estabelece-se a relação de oclusão (os modelos estarão montados no Articulador DENTFLEX).
TÉCNICA DE ROTH – BISSETRIZES:
Determina-se a inclinação ântero-posterior do modelo da seguinte forma: toma-se um dos hemiarcos e traça-se, com o auxílio de uma régua, a posição dos longos eixos dos dentes suportes sobre as faces vestibulares de suas respectivas coroas. Transferem-se esses traços para a parede lateral do modelo correspondente ao hemiarco que está sendo analisado. Tomam-se então os traços que correspondem aos dois suportes que apresentam maior inclinação, transpondo-se um sobre o outro. Da interseção de ambos resulta um ângulo cuja grandeza dependerá do grau de divergência dos dois traços entre si. Determina-se a Bissetriz B deste ângulo. Repete-se está operação no outro hemiarco, obtendo-se igualmente a Bissetriz B1 do ângulo formado pelos traços que representam os longos eixos dos dois suportes mais inclinados. Tem-se assim duas Bissetrizes, uma para cada hemiarco, aqui chamadas de B e B1, que resultarão em um terceiro ângulo, cuja Bissetriz B2 dará a inclinação do modelo no sentido ântero-posterior.
TÉCNICA DA CONVENIÊNCIA:
Procura-se a via de inserção que mais convenha as peculiaridades anatômicas do caso, cotejando-se os fatores positivos e negativos que apresenta, até chegar a uma posição média para o modelo, onde os fatores negativos possam ser minimizados sem prejuízo dos fatores considerados positivos; no caso, o melhor aproveitamento das zonas de retenção. Tão logo se estabeleça a posição mais conveniente, o plano de inserção deve ser registrado sobre o modelo através de três pontos.
Manejo do delineador em suas diversas aplicações
Análise Preliminar:
Esta análise é feita com o modelo colocado no porta-modelos e a junta universal destravada, a fim de permitir-lhe inclinações em qualquer direção. Uma vez estabelecida a posição ideal, trava-se a junta universal, por meio do parafuso lateral. Nesta fase do trabalho, usa-se no mandril da haste vertical móvel a chamada ponta analisadora.
Traçado das linhas equatoriais:
Utilizamos a ponta de grafite encaixada no seu protetor e efetuamos as linhas equatoriais protéticas. Nesta fase deve-se ter certeza de que o traçado sobre a superfície dos suportes é determinado pela parede lateral do grafite e nunca pela sua ponta.
Com uma das mãos, movimenta-se o porta-modelos, com o modelo na posição escolhida, em torno da ponta de grafite, enquanto que com a outra, controla-se a haste vertical móvel movimentando-a de maneira a manter o grafite em contato com a superfície dos suportes de gesso, cada um por sua vez. Neste trabalho, a extremidade do grafite acompanha o contorno da gengiva. O traço que resulta nas superfícies dentárias de gesso é irregular, às vezes interrompido, devido às irregularidades normais das superfícies.
O seu traçado confere à coroa o aspecto de uma figura geométrica, representada por dois cones de bases justapostas; um localizado oclusalmente em relação à linha e outro cervicalmente. O cone oclusal é expulsivo, e por isso, é chamado de cone ou zona expulsiva do dente. Por sua vez, o cone cervical é retentivo, sendo, então, chamado de cone retentivo ou zona retentiva.
Calibragem da retenção:
Nessa etapa utilizamos uma das três pontas calibradoras de acordo com a necessidade de uma maior ou menor retenção.
Movimenta-se a haste vertical móvel, de maneira suave, procurando estabelecer-se, simultaneamente, o contato da extremidade em forma de disco e da parede lateral da ponta calibradora com a superfície do dente. Somente este contato simultâneo garantirá que a calibragem seja realizada de maneira correta.
Faz-se uma pequena marca no ponto onde a extremidade da ponta calibradora tocou a face do dente suporte. Esta marca corresponderá, no desenho da futura prótese, à localização da ponta ativa do grampo no sentido oclusogengival.
Após a calibragem da retenção de todos os grampos, pode-se realizar, fora do delineador, o desenho do aparelho em todas as suas partes constituintes.
Preparo do modelo de estudo para diagnóstico:
Com a faca colocada no mandril executaremos todas as reduções necessárias à determinação dos planos-guia proximais à adequação do contorno axial da coroa por vestibular e por lingual ou platino; de acordo com os grampos projetados para diferentes suportes.
Terminando este trabalho, realizam-se os retoques necessários no desenho, correspondentes às regiões que foram desgastadas no preparo dos planos guia e adequações. Tem-se como resultado o que se convencionou chamar de “modelo mapeado” que além de elemento de diagnóstico tem o objetivo de orientar o preparo da boca do paciente.

Fonte: Profissão Dentista. Disponível em: http://profissaodentista.com/2017/01/22/delineador/. Acesso em 20/02/2018.

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